quinta-feira, 23 de abril de 2009

VIVA A IMPRENSA INDEPENDENTE

Verdade seja dita, recentemente o Congresso Nacional está debaixo de forte cobrança e a sociedade tem dado demonstrações de seu apreço à postura da imprensa independente, cujo espírito investigativo e fiscalizatório tem trazido alento aos que acreditam que decência, ética, príncipios, civismo, retidão de caráter, dignidade,.... não são palavras vazias utilizadas pelos políticos para embelezar discursos repletos de inverdades; mas sim, vocábulos que no contexto da convivência numa sociedade organizada definem padrões de conduta com direitos e deveres iguais para todos.
Refiro-me a imprensa independente, porque não basta ser uma imprensa livre, é preciso ter independência para por o dedo na ferida, sem preocupar-se se isso agradará ou não os poderosos de plantão ou se haverá retaliações; e isso não me parece estar ocorrendo de forma generalizada. Lembro-me que na época das diretas já a televisão teve papel decisivo para que os caras pintadas saíssem às ruas, engrossando o coro dos que lutavam pela causa, encorpando de tal forma o movimento que o tornou irreversível.
Pois é, apesar de tantas mazelas ainda temos um imprensa livre, um bem que nem todos nossos "hermanos de Latino América" dispõem. Não obstante, alguns balões de ensaio na direção do cerceamento da imprensa aqui no Brasil já foram lançados, porém diante do repúdio veemente dela própria e de reações de segmentos organizados da sociedade houve o recuo dos "democratas" - não me refiro ao DEM -refiro-me ao espírito democrático e às convicções de nossos governantes.
Recorrendo a metáforas, tão em moda ultimamente, a luta do Bem contra o Mal é árdua. O Mal não se debela com facilidade. O Mal tem grande capacidade de dissimulação e engana com facilidade as pessoas de boa fé, portanto é imprescindível que a imprensa livre não dê tréguas nesse combate que está travando contra o Congresso Nacional e suas malfeitorias. A investigação chegou a tal ponto que se mantida firme e determinada, não permitirá que o lixo seja varrido para debaixo do tapete. Não há mais tempo para isso. Além disso há a esperança de que aos poucos ocorra uma adesão mais decisiva por parte da sociedade que certamente se engajará com maior rigor nessa causa nobre, pois a atuação da imprensa funciona como catalizador junto ao povo.
Que a imprensa livre continue atuando com determinação. Isso é necessário para passar o País a limpo e para preservar sua própria liberdade, pois não se iludam, o Mal tentará calar, ou controlar a imprensa. Seus tentáculos são muitos, seus escrúpulos nenhum, seus métodos são ignóbeis; e para o Mal o fim sempre justifica os meios.
Viva a Imprensa !
postado por
Amadeu D. Muchon

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Apelo ao Voto em Branco

Aqui no Brasil, que tanto se fala em democracia, votar é uma obrigação e não um direito; e ainda assim, sempre que se aproxima uma eleição surgem campanhas nas emissoras de rádio de e de televisão, conclamando os eleitores a votar. Por que fazem isso ? Será que o medo de que ocorra uma abstenção maciça dos eleitores está tão impregnada no subconsciente dos políticos e da Justiça Eleitoral a ponto de que temam um fiasco que denuncie a farsa em que se transformou a política no Brasil, ameaçando por em risco nossas Instituições ? Se o voto é obrigatório, por que fazer campanhas ? Não seria mais útil investir os recursos gastos nessas campanhas em educação, por exemplo ? Ou será que há o temor por parte dos políticos em relação a melhorias no sistema educacional porque isso comprometeria a liberdade que hoje desfrutam para as práticas eticamente e moralmente condenáveis ? Será que o Congresso Nacional está a altura da missão a ele reservada ? Se está, por que não cumpre suas funções de legislar e de fiscalizar o Estado Brasileiro?



Ultimamente os jornais tem trazido - e com razão - matéria farta sobre a PEC do calote como ficou conhecida a emenda constitucional que permite aos governos estaduais e prefeitos pagarem da forma como bem entenderem os precatórios. Essa PEC já passou pelo Senado e agora está para apreciação na Câmara. O que vai acontecer ? Qualquer que seja o posicionamento da Câmara dos Deputados, uma coisa está clara: os governadores e os prefeitos não prezam o estado de direito, pois o que estão fazendo nada mais é do que "arranjar" uma jeitinho no legislativo para descumprir decisões do Judiciário julgadas já na última instância. Um verdadeio atentado contra o estado de direito que a sociedade não pode assistir passivamente.



Lamentavelmente, quando se chega a esse ponto, cabe perfeitamente a pergunta: para que serve o Congresso Nacional ? Para para legislar e fiscalizar assegurando o convívio harmônico de todos e o progresso geral do país e de seus habitantes ? Ou para demolir preceitos legais existentes, de forma que o Estado através de seus agentes se transforme em algoz do povo e desrespeite direitos sagrados dos quais deveria ser o guardião ?



Depois falam em ditadura ! E o que é isso que estão fazendo ? Por acaso isso é democracia ?



O Congresso Nacional não pode aprovar essa PEC. Aprová-la é o mesmo que legalizar uma imoralidade odiosa. É praticar uma violência sem precedentes contra os que depositam sua confiança no estado de direito. É conceder salvo conduto a governantes para que optem pelo caminho mais fácil, o do calote, ao invés de cortar despesas e administrar com austeridade, além de abrir caminho para que perpetrem novos calotes no futuro.



Um país que almeja um reconhecimento diferenciado pela comunidade internacional, não pode aceitar esse tipo de esbulho.



É necessário e urgente que as pessoas de bem se unam e se façam ouvir para dar um basta a esse descalabro, antes que as mudanças venham por outros caminhos que certamente serão mais dolorosos para todos, menos para os políticos espertalhões, pois estes são os primeiros a pular fora quando barco começa a fazer água.



Por crer piamente que esses políticos - salvo raras exceções - não merecem nosso voto, manifesto minha posição favorável ao voto em branco e conclamo a todos que adotem essá prática nas próximas eleições.
Um percentual elevado de votos em branco, certamente fortalecerá os bons políticos, o Judiciário e as forças vivas da Nação na luta contra as práticas expúrias nas quais se encontra mergulhado o Congresso nos dias atuais. Será um recado claro aos políticos que pensam que uma vez eleitos não precisam prestar conta de seus atos aos seus eleitores; e será um alento aos bons políticos que hoje se sentem como um fio de água limpa ecorrendo no meio de um fétido lamaçal.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Estão matando a Democracia

Há muito se processa uma subversão de valores, cujo resultado se manifesta num comportamento social permissivo, onde a indignação e o inconformismo contra injustiças das mais variadas formas, tal como a malversação - conforme noticiado pela imprensa diariamente - dos recursos oriundos de impostos abusivos e espoliativos decorrentes de uma sanha arrecadatória sem precedentes, foram substituídos por um estado de letargia quase geral e crescente, catalizado por sistemáticas campanhas na mídia, cujo objetivo é o de construir uma imagem de "legalidade" a práticas espúrias de governo, seja por omissão, seja por formas deliberadas de agir ao arrepio da lei e mesmo de preceitos constitucionais.
Assim, se sucedem os escândalos, sem apuração e sem condenação. Na verdade, a cada dia, os escândalos têm vida mais efêmera, eis que são sepultados por outro mais novo, do qual a mídia se ocupa e o anterior cai no esquecimento. Os exemplos são muitos: mensalão, dolar na cueca, má utilização de verbas por congressistas, nepotismo, etc... só para citar alguns a guisa de exemplo, pois os jornais estão fartos de noticías do gênero.
Desnecessário dizer que na medida em que o tempo passa, a reversão desse quadro torna-se mais difícil. Ou seja, o tempo conspira a favor dos inescrupulosos de plantão, pois a cada geração - graças ao sucateamento da educação - práticas de governo antes condenáveis, vão se tornando mais e mais aceitas face ao embotamento da consciência e da capacidade de processar informações e interpretar a realidade, balizada e fundamentada no estado de direito e no respeito à Constituição.
Como consequência, o povo fica relegado a própria sorte, o empobrecimento recrudesce, a segurança pública se deteriora, a impunidade cresce, o atendimento às necessidades de saúde piora, a educação torna-se um vexame; e o tecido social sofre um esgarçamento acelerado, porque o Estado ao invés de cumprir seu papel, transforma-se num ente que privilegia determinada categoria - a máquina administrativa - altamente burocratizada, inchada e ineficiente; que ao invés de servir, se fortacele pelo corporativismo que pratica para preservar vantagens inacessíveis à maioria esmagadora da população.
As manifestações de segmentos da sociedade, materializadas em passeatas, invasões, etc. que ainda se assistem, são manobradas por interesses, na maioria das vezes escusos e o pobre povo não passa de massa de manobra nas mãos de espertalhões que se arvoram na posição de líderes dos explorados; e que na verdade nada fazem para melhorar as condições de vida destes. Pelo contrário, usam-nos como fonte de poder para viabilizar seus próprios objetivos.
Claro está que um estado de coisas dessa natureza vai aos poucos minando a Democracia, pela qual tantos abenegados lutaram, num passado ainda muito recente. Por sintomático que possa parecer, até mesmo no Congresso, já existe gente externando opiniões quanto a utilidade do mesmo.
É muito triste chegarmos a tal ponto. Como tudo tem limite, não convém "esticar demasiadamente a corda" pois ela poderá rebentar !